1977
16/10-Náutico 0x1 São Paulo Arruda
19/10-Botafogo PB 0x2 São Paulo Almeidão
23/10-CSA-AL 0x0 São Paulo Rei Pelé
02/11-XV de Piracicaba 1x1 São Paulo Barão de Serra Negra
06/11-São Paulo 0x2 Palmeiras Pacaembu
13/11-São Paulo 1x0 Santa Cruz-PE Pacaembu
16/11-São Paulo 3x0 Treze-PB Pacaembu
23/11-São Paulo 2x0 Sport Pacaembu
26/11-São Paulo 4x0 CRB AL Pacaembu
04/12-Corinthians 2x0 São Paulo Pacaembu
07/12-São Paulo 5x0 Brasília DF Pacaembu
11/12-Internacional 1x4 São Paulo Beira Rio
18/12-America RJ 0x0 São Paulo Maracanã
1978
28/01-São Paulo 4x2 XV de Piracicaba Morumbi
01/02-Ponte Preta 1x3 São Paulo Moisés Lucarelli
12/02-Botafogo SP 1x0 São Paulo Santa Cruz
15/02-São Paulo 4x3 Sport Morumbi
19/02-São Paulo 3x1 Grêmio Morumbi
26/02-São Paulo 3x0 Operário MT/MS Morumbi
01/03-Operário MT/MS 1x0 São Paulo Pedro Pedrossian
05/03-Atlético MG 0x0 São Paulo Mineirão
15/03-Atlético MG 1x1 São Paulo Mineirão
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Campeão Brasileiro de 1977 contra o Atlético Mineiro
O jogo mais importante da história entre São Paulo e o Galo resultou em título para o Tricolor
Fonte: Michael Serra SPFCPÉDIA
A crítica esportiva fazia coro uníssono durante o Campeonato
Brasileiro de 1977: "O São Paulo é a zebra". Afinal, o clube havia
terminado o Paulistão daquela temporada em 3º lugar e o bicampeão
Internacional, de Falcão, o Atlético Mineiro, de Cerezo, o
Fluminense, de Rivellino e o Flamengo, de Zico, eram mais cotados
ao título.
Contudo, quem entrou em campo naquele dia 5 de março de 1978
para enfrentar o Atlético Mineiro, favorito na final do Campeonato
Brasileiro de 1977, foi o Tricolor. O Mineirão estava em ebulição
com 102.974 pessoas. O Galo decidia o título em casa, em um jogo
único, pelo fato de ter melhor campanha acumulada nas fases
anteriores.
O clima nos bastidores era tenso. Se o São Paulo não teria
Serginho, suspenso pelo STJD, o Atlético não teria também Reinaldo,
pelo mesmo motivo. A guerra psicológica foi adotada por ambos os
lados e ameaças de efeitos suspensivos eram as pautas do dia.
Rubens Minelli então ousou, mandou que, de última hora, Serginho
fosse à Belo Horizonte com o restante do grupo e que aparecesse no
vestiário paramentado com o uniforme de jogo. Foi aquele alvoroço!
A imprensa achou que o Tricolor havia de fato conseguido o efeito
suspensivo.
Desconcentrados pelo diz-que-me-diz dos corredores, os mineiros
subiram ao campo e foram surpreendidos pela melhor postura dos
jogadores do São Paulo, que tiveram as melhores chances de gol
durante o jogo: Viana acertou o travessão durante o tempo
regulamentar e o zagueiro Márcio salvou em cima da linha um
cabeceio de Chicão, na prorrogação.
Como o placar não foi alterado no tempo regulamentar, a decisão
seria então sob a pressão dos pênaltis. O primeiro a bater foi o
tricolor Getúlio, ex-jogador do Atlético. Resoluto, correu devagar,
tocou forte na bola, mas veio a defesa de João Leite. A decisão não
começou bem para o São Paulo...
Foi a vez, então, de Toninho Cerezo bater, apoiado por mais de
cem mil vozes aos gritos de "Galô, Galô, Galô". Chutou, chutou
alto, acima de Waldir Peres, acima do travessão: para fora!
A esperança tricolor de sair à frente agora estava na cobrança
de Chicão, o capitão do time, o "Deus da Raça" são-paulino. Chicão
correu e... escorregou. João Leite defendeu. O título parecia
escapar por entre os dedos... Ziza colocou o time de Minas à
frente. Peres depois empatou, 1 a 1. Alves recolocou, a seguir, o
Atlético na liderença.
Antenor, na sequência, acertou o gol para o Tricolor. Se
Joãozinho Paulista marcasse a cobrança seria muito difícil para o
São Paulo recuperar. Waldir Peres então se destacou, herói, quando
o adversário ajeitava a bola para a cobrança: deixou sua meta e foi
ter-se com ele, tirou a bola do lugar e o provocou. Pressionado,
Joãozinho mandou a bola nas alturas e manteve o empate...
Bezerra, são-paulino, marcou o seu. Que virada! Que reviravolta
na decisão. Agora Márcio, aquele que salvara o galo durante a
partida, teria a responsabilidade de manter o Atlético vivo na
disputa. Waldir Peres então pegou pesado: deu um tapinha nas
nádegas do zagueiro como se o eximisse da responsabilidade - o que
obviamente teve o efeito contrário. Cobrança executada e...
Novamente, bola lá em cima, fora do gol!
Chicão ergueu a taça e o São Paulo assim sagrou-se Campeão
Brasileiro pela primeira vez. A primeira de muitas vezes do maior
campeão da competição. Um bom retrospecto para aquele que largara
como zebra... Uma zebra tricolor.
05.03.1978 Belo Horizonte (MG) Estádio Governador Magalhães Pinto
Clube ATLÉTICO MINEIRO 0 X 0 SÃO PAULO Futebol Clube
Tempo normal: 0 x 0; Prorrogação: 0 x 0; Pênaltis: 3 x 2 para o SPFC.
SPFC: Waldir Peres; Getúlio, Tecão, Bezerra e Antenor; Chicão (capitão), Teodoro (Peres) e Darío Pereyra; Viana (Neca), Mirandinha e Zé Sergio. Técnico: Rubens Minelli.
CAM: João Leite, Alves, Márcio, Vantuir e Valdemir, Toninho Cerezo, Ângelo e Marcelo (Paulo Isidoro), Serginho, Caio (Joãozinho Paulista) e Ziza. Técnico: Barbatana.
Árbitro: Arnaldo David Cezar Coelho
Renda: CR$ 6.857.080,00
Público: 102.974 pagantes
Pênaltis:
- Getúlio - perdeu (João Leite) / Toninho Cerezo - perdeu (por cima)
- Chicão - perdeu (João Leite) / Ziza - gol
- Peres - gol / Alves - gol
- Antenor - gol / Joãozinho Paulista - perdeu (cima)
- Bezerra - gol / Márcio - perdeu (por cima)
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Quando o Brasil foi Tricolor pela primeira vez
https://saopaulo.blog/2017/06/28/quando-o-brasil-foi-tricolor-pela-primeira-vez/
Dia 5 de março de 1978, Belo Horizonte.
Apesar de ter feito uma boa campanha, com apenas 4 derrotas, o São
Paulo estava longe de ser indicado como eventual campeão brasileiro de
1977.
Tinha pela frente, na final, o invicto Atlético Mineiro, um grande
time com estrelas do nível de João Leite, Toninho Cerezo e Paulo
Isidoro.
É verdade que o Galo Mineiro estava desfalcado de seu grande ídolo,
Reinaldo, artilheiro absoluto do campeonato com 28 gols em 18 jogos.
No entanto, o maior astro tricolor, Serginho, também estava ausente.
Aliás, nem tanto…
Atendendo uma ligação de Muricy, Serginho foi levado ao estádio do Mineirão.
Junto a imprensa, foi divulgada uma “barriga”: Serginho vai a campo.
Pura bravata.
A verdade é que os jogadores do Atlético acreditaram nisso até os últimos momentos.
Foi muito para eles.
De qualquer forma, o cenário estava pronto.
O público superior a 100 mil pessoas era quase que totalmente formado por atleticanos.
Enquanto que a pequena torcida tricolor foi reforçada por torcedores cruzeirenses.
Para a surpresa geral, o Mineirão teve o seu dia de “Maracanazo”.
O São Paulo foi valente e com uma raça fora do comum “arrastou” um 0 a 0 durante o tempo regulamentar.
Coube a Chicão impor seu estilo e fazer os adversários tremerem em seu próprio campo.
A decisão foi para os pênaltis.
No começo da disputa o Atlético levou vantagem, graças ao espetacular goleiro mineiro, João Leite.
No entanto o tricolor tinha Waldir Peres, que mesmo sem defender nenhuma cobrança, desestabilizou o jovem time mineiro.
Os mineiros perderam três penalidades.
No final, 3 a 2 para o São Paulo, e o Brasil era Tricolor pela primeira vez.
Eis a ficha técnica:
Atlético Mineiro 0 x 0 São Paulo (na disputa por pênaltis, São Paulo 3×2)
Data: 5 de março de 1978
Local: Mineirão
Público: 102.974
Árbitro: Arnaldo César Coelho
Cartões Amarelo: Tecão, Ângelo, Serginho, Bezerra, Peres e Neca
Gols: Na disputa por pênaltis, São Paulo fez 3 com Peres, Antenor e Bezerra e o Atlético marcou 2 com Ziza e Alves
Atlético: João Leite, Alves, Márcio, Vantuir e Valdemir; Toninho
Cerezo e Ângelo; Serginho, Caio Cambalhota, depois Joãozinho Paulista,
Marcelo, depois Paulo Isidoro e Ziza. Técnico: Barbatana
São Paulo: Waldir Peres, Getúlio, Tecão, Bezerra e Anteno; Chicão e
Teodoro, depois Peres; Zé Sérgio, Mirandinha, Dário Pereyra e Viana.
Técnico: Rubens Minelli
Por: José Renato Santiago
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