segunda-feira, 17 de julho de 2017

Campeão Paulista de 1943








1943: São Paulo campeão invicto 20 jogos, 17 vitórias. 3 empates, 78 gols pró e 22 gols contra
 Caxambu, Savério e Alfredo; Záclis, Hélio II e Hélio I; Nuno, Yeso, Antoninho, Américo e Leopoldo. (mais: Doutor, Faganello, Tucuri, Armando, Manzano, Teixeira, Pálon e Giraldi).
Artilheiros: Antoninho (22 gols), Leopoldo (18 gols).



Há 70 anos a moeda cai em pé

Em 1943, diziam que o Tricolor só seria campeão se a moeda caísse em pé. Caiu!

 http://www.saopaulofc.net/noticias/noticias/historia/2013/10/3/ha-70-anos-a-moeda-cai-em-pe/

O São Paulo, que havia nascido em berço de ouro, foi reconstruído ao custo de muito trabalho e perseverança. De inquilino em um porão no centro da cidade, em 1936, a detentor de um dos maiores patrimônios do Brasil, atualmente, o caminho percorrido pelo clube foi árduo e repleto de histórias curiosas.
Em meados dos anos 40, o Tricolor batalhava para reconquistar o posto de grande potência no futebol paulista, outrora alcançado com o Esquadrão de Aço e o título do Campeonato Paulista de 1931. A contratação de Leônidas, em 1942, foi o primeiro passo. Com ele, Luizinho, King e outros grandes jogadores, o São Paulo passou a ser visto como favorito ao certame. Mas não na opinião de todos...
Reza a lenda que na reunião do conselho arbitral que definiria o regulamento do Campeonato Paulista de 1943, os presidentes dos times debateram normas e mais normas, detalhes após detalhes quando, encerrada a discussão, um dirigente ou repórter teria afirmado que tudo aquilo não seria necessário, que bastaria jogar ao ar uma moeda para definir o vencedor daquele ano. Se ao cair desse cara, o campeão seria o candidato alvinegro, se desse coroa, o postulante alviverde - até então os tradicionais favoritos.
- "Mas e o São Paulo?" - Questionaram-se, levando a dúvida também ao representante do Tricolor. Como toda mitologia que se preze, muitas versões diferentes existem a partir daqui. Alguns dizem que esse homem foi Décio Pedroso, presidente eternizado no momento graças aos desenhos de Nino Borges, em A Gazeta Esportiva. Outros contam que era Frederico Menzen ou ainda Porphyrio da Paz (sabe-se que este não foi, pois prestava serviço militar em Natal, no período).
Em uma das histórias, um dos cartolas rivais ou dos jornalistas presentes teria afirmado: "Só se a moeda cair em pé!". E os dirigentes tricolores compraram a idéia, afinal éramos o Clube da Fé: "A moeda vai cair em pé!". O São Paulo tratou de se reforçar mais ainda. Trouxe Zezé Procópio, Noronha, Ruy, Zarzur e Sastre - que os rivais chamavam de "Desastre", por considerá-lo velho - e o time deslanchou.
No dia 3 de outubro de 1943, após uma belíssima campanha e um empate em 0x0 com o Palmeiras, pois bem, a moeda caiu em pé e o São Paulo sagrou-se pela segunda vez campeão paulista em sua história, a primeira desde 1935. Há exatos 70 anos!


  • JOGO DO TÍTULO
03.10.1943
São Paulo (SP)
Estádio Municipal de São Paulo (Pacaembu) SÃO PAULO Futebol Clube 0 X 0 Sociedade Esportiva PALMEIRAS
SPFC: King; Piolim e Virgílio; Zezé Procópio, Zarzur e Noronha; Luizinho (capitão), Antonio Sastre, Leônidas, Remo e Pardal. Técnico: Joreca.
SEP: Oberdan, Junqueira e Osvaldo; Brandao, Og Moreira e Dacumo; Caxambu, Gonzales, Cabeção, Villadoniga e Canhotinho. Técnico: Del Debbio.
Árbitro: Carlos de Oliveira Monteiro "Tijolo"
Renda: Cr$ 552.577,00
Público: 42.143 pagantes

  • CAMPANHA
Fase única - Turno

21.03.1943 - 4 X 1 - COMERCIAL Futebol Clube (São Paulo - SP)
27.03.1943 - 1 X 2 - Clube Atlético YPIRANGA (SP)
04.04.1943 - 5 X 1 - SPR - SÃO PAULO RAILWAY Athletic Club (SP)
11.04.1943 - 4 X 2 - JABAQUARA Atlético Clube (SP)
18.04.1943 - 1 X 1 - Associação PORTUGUESA de Desportos (SP)
02.05.1943 - 1 X 2 - Sport Club CORINTHIANS Paulista (SP)
08.05.1943 - 1 X 1 - Clube Atlético JUVENTUS (SP)
16.05.1943 - 6 X 1 - SANTOS Futebol Clube (SP)
30.05.1943 - 8 X 1 - Associação Atlética PORTUGUESA (Santos - SP)
13.06.1943 - 2 X 1 - Sociedade Esportiva PALMEIRAS (SP) Fase única - Returno
04.07.1943 - 2 X 1 - SPR - SÃO PAULO RAILWAY Athletic Club (SP)
18.07.1943 - 2 X 1 - COMERCIAL Futebol Clube (São Paulo - SP)
24.07.1943 - 3 X 2 - JABAQUARA Atlético Clube (SP)
01.08.1943 - 2 X 1 - Clube Atlético YPIRANGA (SP)
07.08.1943 - 3 X 0 - Associação PORTUGUESA de Desportos (SP)
14.08.1943 - 9 X 0 - Associação Atlética PORTUGUESA (Santos - SP)
22.08.1943 - 3 X 2 - Clube Atlético JUVENTUS (SP)
05.09.1943 - 2 X 0 - Sport Club CORINTHIANS Paulista (SP)
12.09.1943 - 4 X 1 - SANTOS Futebol Clube (SP)
03.10.1943 - 0 X 0 - Sociedade Esportiva PALMEIRAS (SP)
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RELEMBRAR É VIVER: O dia em que a moeda caiu em pé!

 Fonte: spfc.net
 http://spfc.net/forum2.asp?nID=8140
Em 1943, após uma reunião na FPF em que se decidiu a tabela e o regulamento do Campeonato Paulista daquele ano, dirigentes ainda encontravam-se reunidos na sede da mesma. Ia começar o grande campeonato paulista, o maior da história, segundo se apregoava. A imprensa foi convidada a entrar no salão nobre. Ali os dirigentes passaram a conceder intermináveis entrevistas. Os representantes de Palmeiras e de Corinthians não bastavam para tantos microfones e para tantas perguntas.

Quem entrasse hoje pelo túnel do tempo na solene sala de reuniões da FPF naquela noite festiva e inesquecível iria ver sentado impassivelmente em um canto, esquecido pelas luzes, um homem longilíneo, um senhor de olhos fundos, de ares fidalgos e de gestos nobres e discretos. Esse homem tinha mais de cinqüenta anos, tinha cinqüenta e um, para ser preciso. Fora aquele homem o primeiro paulistano a associar-se ao recém-fundado São Paulo FC, subscrevera a ata de criação do Clube da Fé, em 16/12/35. Além de sócio nº 1, nosso personagem fora presidente do clube, em 1936 e em 1937. O São Paulo o designara como seu representante para aquele ato.

Os repórteres pediram ao homem que se juntasse aos representantes de Corinthians e de Palmeiras para as entrevistas, ele se levantou e postou-se sem fazer alarde ao lado dos coirmãos.

Mais de quarenta minutos se passaram e as perguntas eram dirigidas apenas ao diretor palmeirense e ao enviado corintiano. Ambos trocaram todas as farpas possíveis e se desafiaram até não mais poder diante dos microfones. A questão era a de saber quem seria o campeão paulista de 1943. Corinthians ou Palmeiras?

O debate era renhido, encarniçado, o tempo passou e se esqueceram do nosso personagem são-paulino, a ele nenhuma pergunta era dirigida.

Os programas radiofônicos, transmitidos ao vivo, como se falou, estavam terminando, estava empatada a batalha entre os grandes, cada um alinhando motivos suficientes para concluir que o seu time seria o campeão.

Então, um repórter espirituoso, para terminar as hostilidades, sacramentou: -“Bem, senhores, não há como saber quem, entre Palmeiras e Corinthians, será o campeão paulista. Sugiro que resolvamos o impasse no jogo da moeda. Jogarei a moeda ao alto, se der cara, é porque ganhará o Corinthians, se der coroa é porque ganhará o Palmeiras”. Todos riram e saudaram aquela forma educada e sutil de acabar com a briga estabelecida. Mas antes de jogar a moeda e, lembrando-se do representante do São Paulo que ali estava e assistia a tudo com grande paciência, o repórter, para dar ensejo a que ele falasse pelo menos duas palavras perguntou-lhe: -“E o representante do São Paulo o que acha que vai acontecer? A moeda cairá com a face voltada para a cara ou para a coroa?”

E o nosso homem, com sua indefectível educação e com uma serenidade que fez corar os rivais briguentos respondeu sorridente: -“A moeda não cairá voltada para a face cara e tampouco cairá voltada para a face coroa, a moeda cairá pela primeira vez em pé e o campeão será o São Paulo FC!”
O homem a quem o ajuntador dessas modestas palavras se refere seria ainda o Presidente do Conselho Deliberativo Tricolor de 1946 a 1949, seria o Vice- Presidente do clube em 1954, em 1958 integraria a Comissão Pró-Estádio, criada para planejar a construção do Morumbi. De 1962 a 1972, ele seria eleito sucessivamente membro do Conselho Deliberativo. Até a sua morte, nosso personagem permaneceu a serviço do São Paulo FC, sua maior paixão.
Figura absolutamente inesquecível na vida do Tricolor ele recebeu o título honorífico de Presidente Benemérito do São Paulo FC.

Seu nome: Frederico Antonio Germano Menzen, mais conhecido apenas como Frederico Menzen, o homem que trouxe o goleiro King e o eterno treinador Vicente Feola para enriquecer nossas glórias.

Não é preciso dizer que no ano santo de 1943 o São Paulo conquistou o seu primeiro título paulista. A torcida então, em frenesi jamais visto, atravessou a cidade em imenso corso, que tinha como abre-alas uma descomunal moeda em pé, simbolizando a façanha.
Frederico Menzen se imortalizara. Havia protagonizado uma das mais místicas histórias do mundo da bola.

Ave, eterno são-paulino, Frederico Menzen!

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Trecho retirado do texto "Quando a moeda caiu em pé" de autoria do Dr. Catta-Preta

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