RESPOSTA: O São Paulo nunca teve essa pretensão. E o clube que se fundiu ao São Paulo não foi o Germania. Em janeiro de 1942, o São Paulo iniciou um processo de incorporação da Associação Alemã de Esportes, batizada de Deutsche Sport Club. Este clube tinha uma sede alugada no Canindé, que pertencia a um casal de italianos. A DSC, pressionada pelo governo brasileiro, optou por ser incorporada por um clube brasileiro. Corinthians não se interessou. O Palestra Itália também. Em março de 1942, o Conselho Deliberativo do São Paulo votou a favor. Detalhe, tudo isso aconteceu antes que o governo de Getúlio Vargas declarasse guerra aos países do Eixo.
O 'inimigo' São Paulo faz Palmeiras valorizar final de Paulistinha
Abel Ferreira percebeu o clima no Palmeiras. A exigência de conquista do título contra o São Paulo. Ele partilha dessa obsessão
Fonte: Cosme Rímoli do R7 18/05/2021
Esse é um time 'alternativo', como virou moda classificar. Na verdade é reserva.E não vai ter pela frente uma partida do "Paulistinha", como classificou o presidente Mauricio Galiotte.Foi treinado ontem e vai enfrentar o Independiente del Valle, hoje, pela Libertadores. Os jogadores da equipe principal entrarão em campo na quinta-feira, contra o São Paulo, pela final do Campeonato Paulista de 2021.
"O Corinthians é rival. São Paulo é inimigo", resumia Oberdan Cattani, um dos maiores goleiros da história do Palmeiras. A frase é repetida constantamente entre conselheiros importantes que sustentam Galiotte na presidência.A postura bélica vem desde 1942, quando o Palestra Itália foi obrigado a mudar de nome para Palmeiras, por conta da ligação umbilical com um país que estava em guerra com o Brasil. Escritores e jornalistas, da época,garantem que o São Paulo tentava apoio governamental para tomar o Parque Antártica, antigo estádio, que foi reconstruído e se tornou o Allianz Parque. Desde então a relação entre os dois clubes jamais foi de parceria. Longe disso.
Palestra Itália virou Palmeiras. Historiadores garantem que São Paulo quis tomar estádio
Foram vários embates.Cercados por muito rancor.Abel Ferreira é um treinador que respeita a história. Faz de tudo para saber a história das equipes que comanda. Ele sabe o quanto pesa para o Palmeiras não só vencer o São Paulo na decisão do Estadual.Mas evitar que o inimigo rompa um jejum de nove anos sem títulos.Daí o esmero, o cuidado, em segurar os titulares para os dois clássicos, na quinta-feira e no domingo.Brigar pelo bicampeonato paulista, de repente, ganhou todo o sentido. Mesmo correndo o risco de o clube arriscar uma das metas que facilitaram a conquista da Libertadores, na temporada 2020: fazer a melhor campanha na fase de classificação, que garantiu o direito de decidir todos os mata-matas no Allianz Parque.Weverton, Luan, Gustavo Gómez e Renan; Mayke, Danilo, Patrick de Paula, Raphael Veiga e Viña; Rony e Luis Adriano.Foram poupados para as finais do Paulista.Abel Ferreira não gosta tanto de marketing como Jorge Jesus. Mas também é fã da palavra hegemonia. Ele analisou bem o torneio que considerava pré-temporada. E o peso que tem chegar a final. Principalmente para o clube que perde.A pressão incomoda, atrapalha jogadores, técnicos.Ainda mais se perder o título para um adversário em ascensão, buscando recuperar a autoconfiança e a admiração de sua torcida, da imprensa.O Palmeiras tirou o rival, com enormes problemas financeiros, o Corinthians. O Santos, também endividado, se sabotou e lutou na última rodada para não ser rebaixado.O São Paulo deve quase R$ 700 milhões, mas possui um elenco muito forte e conta com a visão moderna, diferenciada de Hernán Crespo.Travar a ascensão do tricolor no Paulista, para tirar a confiança até em possíveis duelos na Libertadores, Brasileiro e na Copa do Brasil, é o ideal.Por isso a escolha dos titulares contra o São Paulo.Conquistar o bicampeonato paulista virou algo muito importante para o Palmeiras.Por conta de seu rival.São Paulo Futebol Clube.Seu inimigo favorito...
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Presidente palmeirense lembra de briga da II Guerra Mundial com São Paulo: sujo, antiético, sorrateiro
É verdade que o São Paulo tentou tomar o estádio do Palmeiras?
Entenda a história e os argumentos usados pelos dois lados para tentar explicar a rusga da mudança de nome e do estádio
O aluguel do Allianz Parque para o São Paulo disputar as quartas de final do Paulistão causou revolta em torcedores do Palmeiras . O Morumbi vai receber o show da banda Coldplay e, por isso, não poderá ser usado pelo dono do estádio para o jogo decisivo. A principal torcida organizada do Palmeiras emitiu uma nota contra o aluguel e disse que o São Paulo tentou tomar o estádio há algumas décadas. Vale lembrar que o Palmeiras alugou o Morumbi neste ano para jogar o clássico contra o Santos pelo mesmo Paulistão.
Um dos principais argumentos da torcida é a lembrança de uma história de bastidor dos anos 1940, quando o Palmeiras ainda se chamava Palestra Itália e teve que mudar de nome em razão da Segunda Guerra Mundial.
Da sala de imprensa do Centro de Treinamento, separado do QG são-paulino por um muro - ambas as equipes trabalham em terrenos vizinhos, na Barra Funda, Zona Oeste da cidade -, Nobre demonstrou toda sua insatisfação com a postura da diretoria de Carlos Miguel Aidar, recém-empossado no poder tricolor. Os adjetivos variaram de "sorrateiro" a "sujo."
"Desde os anos 40, quando tentaram roubar o Palestra do Palmeiras, quando influenciaram para mudar o nome do clube de Palestra pra Palmeiras, a relação é muito ruim. A relação é péssima desde os anos 40 e com certeza com essa administração que entrou não vai ser diferente", disse o mandatário palmeirense.
Ele se refere a episódio da época da II Guerra Mundial, quando o Palmeiras, time fundado por colônia de imigrantes então chamado de Palestra Itália, acabou tendo que mudar de nome por conta do envolvimento do Brasil no conflito do lado de Estados Unidos, Inglaterra, União Soviética etc contra os países do Eixo, Alemanha, Japão e Itália.
Neste período, o São Paulo teria tentado tomar o terreno onde até hoje está o estádio palmeirense - hoje em dia em obras de modernização -, sendo impedido, inclusive, com a oposição de outro rival, o Corinthians.
Nobre explicou nesta segunda porque o Tricolor agiu, em sua opinião, de forma "anti-ética."
"O Palmeiras tinha até o final de maio para fazer a negociação acontecer, estava muito próximo do final, muito, muito próximo. Tanto é que quando fomos pro jogo com o Criciúma - domingo retrasado - estava tranquilo. O problema é que um time entra na negociação de forma absolutamente anti-ética. Kardec era jogador do Palmeiras sobre contrato e com a negociação em curso entra um time fazendo uma proposta que o staff do jogador achou por bem aceitar"
"Outros presidentes me disseram, 'temos interesse em Kardec, assim que vocês encerrarem, vamos entrar para negociar'. Mas no curso da negociação, de maneira sorrateira...isso é absolutamente anti-ético e cabe uma reflexão. Os clubes são totalmente desunidos, na hora de negociar contratos, cotas de TV, somos muitos mais fracos. Do que adianta você se vangloriar de dar um 'passa muleque' e continuar fraco? O que eu mais me causa estranheza é que o senhor que é presidente do São Paulo - Aidar - é um dos fundadores do Clube dos 13 e chega fazendo isso. O Palmeiras não é bonzinho, é ético e vamos continuar com essa política porque acreditamos que assim se faz política no futebol", continuou.O presidente do Palmeiras alegou que a fama do São Paulo entre os demais clubes brasileiros é bastante negativa.
"Isso não é privilegio do Palmeiras, é só perguntar para outros clubes, eles vão te falar do conceito que tem o São Paulo. Quando você começa a tomar muitas atitudes acaba criando uma fama e fica conhecido pela maneira como se comporta. Acontece desde a base. Já fui consultado por outros presidentes se topava não participar de campeonatos com o São Paulo porque eles têm essa prática odiosa de ficar assediando outros jogadores. Entendo profundamente o torcedor estar muito chateado, mas não tenho a política de jogar por debaixo da mesa. Não sou bonzinho, mas não sei jogar esse jogo sujo que algumas pessoas jogam."
Nobre espera que a inimizade entre as diretorias não extrapole para a violência entre as torcidas, problema corriqueiro.
"As torcidas não têm que ficar se estapeando na rua por causa disso, mas o exemplo tem que partir de cima e com esse tipo de atitude é muito difícil ter relacionamento. Falava muito com a administração passada, não cheguei a conversar com Juvenal - Juvêncio, ex-presidente do São Paulo -, mas falava com outros escalões que precisávamos mudar isso, que unidos somos muito mais fortes. Com uma atitude dessa da pra concluir que não vai ser na atual administração que a história de Palmeiras e São Paulo vai mudar."