sexta-feira, 14 de julho de 2017

A Inauguração do Estádio do Pacaembu- São Paulo contra o Estado Novo de Vargas



Fonte: Wikipedia
Após o dia 27 de abril de 1940, com a inauguração do estádio do Pacaembu , o futebol paulista nunca mais foi o mesmo. A partir daquela data a cidade contava com o até então maior e mais moderno estádio da América Latina, com capacidade para setenta mil torcedores.Muitas autoridades se fizeram presentes nas tribunas de honra, entre elas Getúlio Vargas , presidente da República, por quem os paulistas não nutriam muita admiração.As equipes de Corinthians e Palestra Itália foram as primeiras a entrar, sendo ovacionadas pelos presentes, mas nada comparado à entrada do Tricolor Paulista. O estádio inteiro e os locutores de todas as rádios, revoltados com a censura, driblaram-na ao aplaudir de pé a entrada da delegação tricolor — que trazia, além do nome, as cores da bandeira paulista — como uma resposta ao presidente, odiado em São Paulo desde a Revolução Constitucionalista de 1932. O público presente se levantou para saudar a delegação e, apontando para a tribuna onde estava Getúlio Vargas, gritavam o nome do time.
" O público esportivo propriamente dito demonstrou quanto é querido o S. Paulo F.C., pois, ainda que apresentasse pequena turma, recebeu calorosas palmas, sendo o nome ovacionado deliberadamente."
Folha da Manhã

 SÃO PAULO FC, O MAIS QUERIDO
 No dia seguinte, o jornal A Gazeta Esportiva estampou em sua capa a manchete "O Clube Mais Querido da Cidade". Passado mais um tempo, o DEIP — Departamento Estadual de Imprensa e Propaganda — promoveu um concurso público entre torcedores de todas as agremiações da época para saber realmente qual era o clube mais querido pelos cidadãos da cidade. Com Corinthians e Palestra Itália sendo favoritos — pois possuíam as maiores torcidas —, o vencedor acabou sendo o São Paulo, com 5 523 votos, mais que a soma de votos dos seus dois principais concorrentes: foram 2 671 votos para o Corinthians e 2 593 para o Palestra. Portanto, o São Paulo é oficialmente "O Mais Querido", slogan que figura até hoje entre os impressos de correspondência do clube
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São Paulo, clube que verdadeiramente combateu uma ditadura - por Wender Peixoto

09/07/2017 SPFC.NET
Revolução de 1932 ou Guerra Paulista, uma luta armada do Estado de São Paulo que tinha por objetivo derrubar a ditadura Vargas iniciada em 1930. O São Paulo Futebol Clube e seus jogadores participaram ativamente em defesa dos paulistas.O São Paulo cedeu suas próprias estruturas como instalação militar. Na Chácara da Floresta, antigo estádio do clube, onde os exércitos se reuniam. O local — transformado em quartel — foi utilizado no treinamento para manuseio de fuzis e prática de manobras militares das tropas.Arthur Friedenreich, que honrou as cores do Tricolor entre 1930 e 1935, e lutara exercendo liderança na Revolução de 32, fez um discurso histórico conclamando voluntários para a guerra, através de uma rede de rádio:
“Esportista há mais de 20 anos, como sabeis, sinto a energia física e moral que todos vós, também esportistas, certamente o sentis. Esportista há mais de 20 anos, com serviços prestados ao meu clube, ao meu Estado e — por que não dizê-lo — ao meu país, tanto nos nossos campos como naqueles do Uruguai, da Argentina, França, Portugal e Suíça, sinto-me com o direito de vos dirigir um veemente apelo para que imiteis meu gesto, inscrevendo-vos na Mobilização Esportiva, a fim de que todos juntos defendamos a causa sagrada do Brasil. Tudo por São Paulo, num Brasil unido”, discursou Friedenreich.
Jogadores são-paulinos como Luizinho e Faria, entre outros, também lutaram na região do Eleutério em Itapira, na divisa com Minas Gerais, onde se concentravam as batalhas mais sangrentas. Abaixo, Faria à esquerda de Friedenreich:O conflito, iniciado em julho de 1932, terminou em outubro do mesmo ano. A Revolução de 32 deixou um legado de lutas por liberdades civis, que contribuíram para a realização de eleições em 1933 e a promulgação da Constituinte de 1934. Entretanto, as feridas não se fecharam.
Getúlio Vargas, odiado em São Paulo, havia proibido o uso de símbolos relacionados aos estados, como as bandeiras. Mas, na ocasião da inauguração do Estádio Pacaembu, em 1940, Vargas se fez presente e a criatividade do povo driblou a ordem do ditador.
Quando a delegação do São Paulo deu a volta na pista de atletismo (foto abaixo), a multidão, numa manifestação de orgulho pelo nome de seu estado e de sua capital, aplaudiu de pé. As pessoas berravam "São Paulo! São Paulo!" e olhavam, em desafio, para a tribuna de honra. Vargas entendeu. Nenhuma delegação de outro clube, naquele dia, foi saudada daquela forma.

 http://spfc.net/news.asp?nID=158280&currentpage=2






























































































































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