Fernando;
Savério e Alfredo; Armando, Hélio II e Jacob; Ministro, Antoninho,
André, Américo e Leopoldo. (mais: King, Renato, Castanheira, Azambuja,
Yeso, Barrios, Zarzur e Pardal.
Artilheiros: André (22 gols) e Leopoldo (11 gols).
O ano de 1946 foi um capítulo marcante e especial na história do Tricolor. A temporada começou auspiciosamente bem: goleada para cima do Corinthians – 5 a 1 (gols de Rubén Barrios, duas vezes, Remo, Antoninho e Américo), logo no dia 1º de janeiro.
E terminou magnificamente com a conquista do título paulista no dia 10 de novembro – o primeiro da história são-paulina realizado de forma invicta (feito que só veio a se repetir em 2012, com a Copa Sul-Americana, entre as competições de longa duração).
O PAULISTÃO DE 1946
O torneio estadual se iniciou em abril. Na estreia, 4 a 0 sobre o pequeno Jabaquara, de Santos. Antes da segunda rodada, deu tempo ainda de golear o Flamengo, em amistoso no Pacaembu, por 7 a 1: uma partida sensacional de Teixeirinha, que marcou quatro gols (Leônidas deixou dois e Yeso completou o placar).
No estadual, o Tricolor embalou seis sucessos seguidos, culminando em nova vitória sobre o Corinthians, agora por 2 a 1, em junho, antes do primeiro tropeço: o empate em 1 a 1 com a Portuguesa, na sétima rodada. Nos clássicos posteriores: 3 a 2 no Santos, na Vila Belmiro, e 1 a 1 com o Palmeiras.
Após outra ampla sequência de vitórias (sete, que terminou depois derrotar novamente o Corinthians, 2 a 1, em outro empate com a Lusa, 1 a 1), o São Paulo chegou às duas rodadas finais com somente três pontos perdidos, dentre 36 possíveis. O segundo colocado na tabela era o próprio Corinthians, freguês na temporada, que possuía quatro pontos perdidos – as duas únicas derrotas deles foram justamente para o Rolo Compressor.
A segunda vitória sobre o rival, aliás, rendeu aos tricolores um prêmio muito cobiçado: a Taça dos Invictos de A Gazeta Esportiva. A taça fora instituída em 1939 pelo jornal paulistano e seria concedida ao clube que quebrasse o recorde de jogos consecutivos sem perder no Campeonato Paulista (até aquela data: 22 jogos, marca pertencente ao Palestra Itália de 1934). O São Paulo completou 23 jogos invictos, contando com os últimos seis resultados do certame de 1945.
Os festejos pela condecoração foram enormes e paralisaram a capital paulista no dia 5 de outubro. Uma carreata com mais de 600 carros, 30 caminhões, 20 motocicletas e seis carros alegóricos percorreram o trajeto Pacaembu-Canindé* ao som de duas bandas musicais e muitos fogos de artifício.
E o Campeonato nem havia terminado ainda.
Na penúltima rodada, o Tricolor enfrentou o Juventus e goleou por 7 a 0, com direito a espetáculo de Luizinho, que fez quatro gols e um mais bonito que o outro (de pé direito, de cabeça, de falta e de chaleira). Já o Corinthians sofreu, mas venceu o Ypiranga por 3 a 2. A decisão seria mesmo na última rodada e seria a vez do time do Parque São Jorge enfrentar o combalido Juventus.
Por sua vez, o São Paulo bateria de frente com o Palmeiras, rival da conquista de três anos antes, quando a moeda caiu em pé. O jogo dos são-paulinos, todavia, seria uma semana depois da partida corintiana!
Apesar do espetáculo que o então Tricolor do Canindé deu em todo o campeonato, muitos analistas viam o alvinegro como favorito ao título, visto o tradicional nível de dificuldade do Choque-Rei e ao fato do Corinthians ter goleado o Juventus por 5 a 1, obrigando os tricolores a vencerem o clássico (um empate provocaria decisão em jogo extra entre os dois primeiros colocados).
A DECISÃO DO TÍTULO
Entre 40 e 45 mil pessoas no Pacaembu para a decisão do Paulista de 1946. Bola rolando, jogo tenso e amarrado na etapa inicial, com poucas chances para ambos os lados. O primeiro tempo terminou como começou, 0 a 0.
O cenário mudou radicalmente na fase complementar, em que o São Paulo dominou a peleja, fazendo forte pressão. Aos 12 minutos do segundo tempo, o tricolor Luizinho atingiu o goleiro palmeirense em uma dividida. Começou a confusão, com socos e pontapés aqui e acolá. Quando a coisa se acalmou, o árbitro expulsou dois de cada lado: Luizinho e Remo, pelo São Paulo, Og e Villadoniga, pelo Palmeiras.
Mas sobrou também para o argentino e são-paulino Renganeschi, que no rebuliço levou uma pancada e, contundido, foi deslocado para a ponta esquerda para fazer número (não eram permitidas substituições, na época).
Praticamente com um a menos, o fim do jogo foi de muita superação e vontade por parte dos tricolores. Aos 38 minutos, Bauer avançou pela ponta direita e cruzou. A bola subiu estranhamente, enganou o goleiro adversário e bateu no travessão. Então, de onde menos se esperava, veio o sutil toque que rolou a bola mansamente para o fundo do gol. Renganeschi! Manquitolando no ataque, o zagueiro definiu o jogo e o título!
ANO MÁGICO
A temporada do Tricolor foi perfeita. Até hoje, nenhuma outra campanha superou essa em aproveitamento. 84,21% dos pontos disputados (à época, 2 pontos por vitória): 30 vitórias, quatro empates e quatro derrotas. No Campeonato Paulista: 92,5% de aproveitamento e nenhuma derrota. Título invicto!
Gijo, Piolim, Renganeschi, Ruy, Bauer, Noronha, Luizinho, Sastre, Leônidas da Silva, Remo, Teixeirinha, entre outros grandes jogadores, fizeram do São Paulo verdadeiramente o Rolo Compressor dos anos 40.
FICHA DO JOGO
10.11.1946
São Paulo (SP), Estádio Municipal de São Paulo (Pacaembu)
Sociedade Esportiva PALMEIRAS 0 X 1 SÃO PAULO Futebol Clube
SEP: Oberdan, Caieira e Gengo; Og Moreira, Túlio e Valdemar Fiúme; Lula, Lima, Villadoniga, Canhotinho e Mantovani.
Técnico: Ventura Cambon
Expulsões: Og Moreira; Villadoniga
SPFC: Gijo; Piolim e Armando Renganeschi; Ruy, Bauer e Noronha; Luizinho (capitão), Antonio Sastre, Leônidas, Remo e Teixeirinha.
Técnico: Joreca
Gol: Armando Renganeschi
Expulsões: Luizinho; Remo
Árbitro: Bruno Nina
Renda: Cr$ 651.125,00
Público oficial: Desconhecido
CAMPANHA
Fase única – Turno
Artilheiros: André (22 gols) e Leopoldo (11 gols).
Em 1946, os são-paulinos bateram o Palmeiras com um gol épico e faturaram o estadual pela quarta vez
Fonte: Sãopaulofcnet por Michael SerraO ano de 1946 foi um capítulo marcante e especial na história do Tricolor. A temporada começou auspiciosamente bem: goleada para cima do Corinthians – 5 a 1 (gols de Rubén Barrios, duas vezes, Remo, Antoninho e Américo), logo no dia 1º de janeiro.
E terminou magnificamente com a conquista do título paulista no dia 10 de novembro – o primeiro da história são-paulina realizado de forma invicta (feito que só veio a se repetir em 2012, com a Copa Sul-Americana, entre as competições de longa duração).
O PAULISTÃO DE 1946
O torneio estadual se iniciou em abril. Na estreia, 4 a 0 sobre o pequeno Jabaquara, de Santos. Antes da segunda rodada, deu tempo ainda de golear o Flamengo, em amistoso no Pacaembu, por 7 a 1: uma partida sensacional de Teixeirinha, que marcou quatro gols (Leônidas deixou dois e Yeso completou o placar).
No estadual, o Tricolor embalou seis sucessos seguidos, culminando em nova vitória sobre o Corinthians, agora por 2 a 1, em junho, antes do primeiro tropeço: o empate em 1 a 1 com a Portuguesa, na sétima rodada. Nos clássicos posteriores: 3 a 2 no Santos, na Vila Belmiro, e 1 a 1 com o Palmeiras.
Após outra ampla sequência de vitórias (sete, que terminou depois derrotar novamente o Corinthians, 2 a 1, em outro empate com a Lusa, 1 a 1), o São Paulo chegou às duas rodadas finais com somente três pontos perdidos, dentre 36 possíveis. O segundo colocado na tabela era o próprio Corinthians, freguês na temporada, que possuía quatro pontos perdidos – as duas únicas derrotas deles foram justamente para o Rolo Compressor.
A segunda vitória sobre o rival, aliás, rendeu aos tricolores um prêmio muito cobiçado: a Taça dos Invictos de A Gazeta Esportiva. A taça fora instituída em 1939 pelo jornal paulistano e seria concedida ao clube que quebrasse o recorde de jogos consecutivos sem perder no Campeonato Paulista (até aquela data: 22 jogos, marca pertencente ao Palestra Itália de 1934). O São Paulo completou 23 jogos invictos, contando com os últimos seis resultados do certame de 1945.
Os festejos pela condecoração foram enormes e paralisaram a capital paulista no dia 5 de outubro. Uma carreata com mais de 600 carros, 30 caminhões, 20 motocicletas e seis carros alegóricos percorreram o trajeto Pacaembu-Canindé* ao som de duas bandas musicais e muitos fogos de artifício.
E o Campeonato nem havia terminado ainda.
Na penúltima rodada, o Tricolor enfrentou o Juventus e goleou por 7 a 0, com direito a espetáculo de Luizinho, que fez quatro gols e um mais bonito que o outro (de pé direito, de cabeça, de falta e de chaleira). Já o Corinthians sofreu, mas venceu o Ypiranga por 3 a 2. A decisão seria mesmo na última rodada e seria a vez do time do Parque São Jorge enfrentar o combalido Juventus.
Por sua vez, o São Paulo bateria de frente com o Palmeiras, rival da conquista de três anos antes, quando a moeda caiu em pé. O jogo dos são-paulinos, todavia, seria uma semana depois da partida corintiana!
Apesar do espetáculo que o então Tricolor do Canindé deu em todo o campeonato, muitos analistas viam o alvinegro como favorito ao título, visto o tradicional nível de dificuldade do Choque-Rei e ao fato do Corinthians ter goleado o Juventus por 5 a 1, obrigando os tricolores a vencerem o clássico (um empate provocaria decisão em jogo extra entre os dois primeiros colocados).
A DECISÃO DO TÍTULO
Entre 40 e 45 mil pessoas no Pacaembu para a decisão do Paulista de 1946. Bola rolando, jogo tenso e amarrado na etapa inicial, com poucas chances para ambos os lados. O primeiro tempo terminou como começou, 0 a 0.
O cenário mudou radicalmente na fase complementar, em que o São Paulo dominou a peleja, fazendo forte pressão. Aos 12 minutos do segundo tempo, o tricolor Luizinho atingiu o goleiro palmeirense em uma dividida. Começou a confusão, com socos e pontapés aqui e acolá. Quando a coisa se acalmou, o árbitro expulsou dois de cada lado: Luizinho e Remo, pelo São Paulo, Og e Villadoniga, pelo Palmeiras.
Mas sobrou também para o argentino e são-paulino Renganeschi, que no rebuliço levou uma pancada e, contundido, foi deslocado para a ponta esquerda para fazer número (não eram permitidas substituições, na época).
Praticamente com um a menos, o fim do jogo foi de muita superação e vontade por parte dos tricolores. Aos 38 minutos, Bauer avançou pela ponta direita e cruzou. A bola subiu estranhamente, enganou o goleiro adversário e bateu no travessão. Então, de onde menos se esperava, veio o sutil toque que rolou a bola mansamente para o fundo do gol. Renganeschi! Manquitolando no ataque, o zagueiro definiu o jogo e o título!
ANO MÁGICO
A temporada do Tricolor foi perfeita. Até hoje, nenhuma outra campanha superou essa em aproveitamento. 84,21% dos pontos disputados (à época, 2 pontos por vitória): 30 vitórias, quatro empates e quatro derrotas. No Campeonato Paulista: 92,5% de aproveitamento e nenhuma derrota. Título invicto!
Gijo, Piolim, Renganeschi, Ruy, Bauer, Noronha, Luizinho, Sastre, Leônidas da Silva, Remo, Teixeirinha, entre outros grandes jogadores, fizeram do São Paulo verdadeiramente o Rolo Compressor dos anos 40.
FICHA DO JOGO
10.11.1946
São Paulo (SP), Estádio Municipal de São Paulo (Pacaembu)
Sociedade Esportiva PALMEIRAS 0 X 1 SÃO PAULO Futebol Clube
SEP: Oberdan, Caieira e Gengo; Og Moreira, Túlio e Valdemar Fiúme; Lula, Lima, Villadoniga, Canhotinho e Mantovani.
Técnico: Ventura Cambon
Expulsões: Og Moreira; Villadoniga
SPFC: Gijo; Piolim e Armando Renganeschi; Ruy, Bauer e Noronha; Luizinho (capitão), Antonio Sastre, Leônidas, Remo e Teixeirinha.
Técnico: Joreca
Gol: Armando Renganeschi
Expulsões: Luizinho; Remo
Árbitro: Bruno Nina
Renda: Cr$ 651.125,00
Público oficial: Desconhecido
CAMPANHA
Fase única – Turno
- 14.04.1946 – 4 X 0 Jabaquara
- 27.04.1946 – 5 X 2 Portuguesa Santista
- 05.05.1946 – 3 X 1 São Paulo Railway
- 19.05.1946 – 4 X 3 Ypiranga
- 01.06.1946 – 7 X 3 Juventus
- 09.06.1946 – 2 X 1 Corinthians
- 23.06.1946 – 1 X 1 Portuguesa
- 07.07.1946 – 6 X 2 Comercial (SP)
- 14.07.1946 – 3 X 2 Santos
- 21.07.1946 – 1 X 1 Palmeiras
- 28.07.1946 – 2 X 0 Portuguesa Santista
- 11.08.1946 – 4 X 2 Comercial (SP)
- 18.08.1946 – 1 X 0 Ypiranga
- 31.08.1946 – 2 X 0 Santos
- 07.09.1946 – 4 X 0 Jabaquara
- 15.09.1946 – 2 X 0 São Paulo Railway
- 29.09.1946 – 2 X 1 Corinthians
- 13.10.1946 – 1 X 1 Portuguesa
- 26.10.1946 – 7 X 0 Juventus
- 10.11.1946 – 1 X 0 Palmeiras
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